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Webinar sobre o papel dos jovens no processo de construção da paz e coesão social

16.10.2020

A juventude moçambicana deve participar, activamente, no processo da construção da paz no país. O desafio foi lançado, na última sexta-feira, 02, pela especialista em contra-extremismo, Ana Mota Teles, num webinar organizado pela Fundação MASC (Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil), na cidade de Pemba.

Subordinado ao tema “O Papel dos Jovens no Processo de Construção da Paz e Coesão Social em Moçambique face ao alargamento territorial da violência extremista na província de Cabo Delgado”, o evento tinha por objectivo discutir e partilhar experiências para a construção da paz e coesão social, fortalecendo a capacidade e intervenção dos jovens na mitigação e combate à violência extremista, numa altura em que, pelo terceiro ano consecutivo, a província de Cabo Delgado é assolada por violência extremista que já matou mais de mil pessoas e forçou a deslocação de outras cerca de 300 mil, além da destruição do tecido social e económico da província.

O webinar, que juntou jovens na cidade de Pemba, a capital provincial, enquadra-se nas celebrações dos 28º aniversário da assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP), que se assinala da próxima segunda-feira.

Na ocasião, Ana Mota Teles, membro da The Counter Extremism Hub, uma iniciativa global que reúne actores relevantes na área de combate ao extremismo violento, desafiou os jovens moçambicanos a tomarem a dianteira nos processos de construção de paz no país.

Importa referir que a Fundação MASC tem vindo a desenvolver e a apoiar diversas iniciativas em prol do combate à violência extremista no norte de Moçambique. As acções incluem a promoção de narrativas alternativas à violência, através das Artes e Cultura, rádio-novelas e teatros radiofónicos, banda desenhada, entre outras que visam contribuir para a Construção da Paz e Coesão Social, um dos pilares do Plano Estratégico 2020-2030 da Fundação MASC.

É preciso unir Moçambique!

Numa altura em que, além da violência extremista no norte, o país se debate com ataques armados na região centro, concretamente, nas províncias de Sofala e Manica, a especialista em contra-extremismo defendeu que o 4 de Outubro, Dia da Paz, deve servir como momento para relembrar aos moçambicanos sobre o processo de construção da paz.

Para Ana Mota Teles, é necessário encontrar denominadores comuns, que unam os moçambicanos como um único povo. Argumentou que os conflitos que o país vive devem ser usados como oportunidade para se aprender a ser e a estar num Estado de Direito Democrático, identificando-se as falhas do passado e, trabalhar-se, finalmente, na promoção da cidadania participativa e crítica para que as pessoas, sobretudo os jovens, não adiram aos movimentos que promovem conflitos, porque lhes falta espaço de participação.

“Nem toda a gente adere porque quer, alguns aderem porque não querem morrer”, observou Ana Teles, com experiência em acções de contra-extremismo.

Acrescentou que “as vítimas precisam de uma assistência para normalizar o que aconteceu”, sendo necessário começar a “preparar as vítimas e a sociedade para reintegrar as vítimas”.

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